segunda-feira, 28 de março de 2011

MACONHA: EFEITOS TERAPÊUTICOS X CULTURA DE CONSUMO



            Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, é uma droga que, assim como a maioria das plantas, possui propriedades que podem tanto ser benéficas e úteis na terapêutica, quanto tóxicas e capazes de causar dependência.

           Na nossa sociedade, a maconha não é utilizada como uma substância de nosso arsenal terapêutico, sendo muito explorada como droga de abuso, onde seu consumo é muito frequente, principalmente entre estudantes e universitários. Esse fato faz com que a hipótese de uso da maconha voltado para o tratamento de muitos doentes seja rejeitada, mesmo  que já tenham estudos que comprovam os benefícios trazidos pela Cannabis sativa.


Efeitos tóxicos:
           Os efeitos fisicos agudos incluem a hiperemia das conjuntivas (olhos avermelhados); Xerostomia (boca seca) e o coração disparado – os batimentos podem chegar a 120 por minuto. Já os efeitos psíquicos agudos variam entre as pessoas e de acordo com a  qualidade da maconha, podendo ir de calma, relaxamento e vontade de rir, para sudorese,tremor e sensação de angústia.
           Os efeitos físicos crônicos da maconha são mais graves. O uso prolongado da maconha no homem pode provocar a diminuição da testosterona e na mulher pode chegar até a causar a diminuição dos óvulos. Os efeitos psíquicos crônicos interferem na capacidade de aprendizagem e memorização, levando até mesmo à falta de estímulo. 

Efeitos terapêuticos:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/05/medicos-querem-criar-agencia-para-regular-uso-medicinal-da-maconha.html 

          O uso medicinal da Cannabis é permitido em  alguns estados americanos e em países como Holanda e Bélgica, tendo como finalidade de uso o alívio de sintomas relacionados ao tratamento de câncer (auxilia na diminuição da dor), da AIDS (a droga evita náuseas e vômitos), da esclerose múltipla, da síndrome de Tourette, que causa movimentos involuntarios (a droga diminui os espasmos) e tratamento de glaucoma (a droga diminui pressão intraocular). Pode ser explorado também seu efeito broncodilatador e anticonvulsivante.

         Após realizada uma discussão entre nosso grupo, chegamos a conclusão de que somos todos a favor do uso da maconha na terapêutica. Essa decisão partiu do fato de que ela pode trazer benefícios para os que precisam, uma vez que possui estudos que garantem sua eficácia, e de que não foi descoberta ainda nenhuma outra substância equivalente que tenham este mesmo efeito terapêutico. Sendo assim a introdução da maconha em nosso arsenal terapêutico seria considerada um avanço no tratamento de muitas doenças que são frequentes na população brasileira. Como sabemos que os maiores problemas relacianados à liberação do uso da maconha diz respeito ao seu potencial de causar dependência, o grande medo existente entre as autoridades do poder público é que seu uso seja muito maior como droga de abuso do que como droga de uso terapêutico. Hoje, no mercado braisleiro, há grande variedade de medicamentos utilizados na terapêutica e que também causam dependência. Estes também acabam sendo utilizados como droga de abuso, portanto não se estabelece um raciocínio lógico para a proibição do uso da Cannabis na terapêutica. Uma maneira inteligível, ao nosso ver, para resolver esse impasse seria restringir o acesso da maconha exclusivamente aos pacientes que precisem utilizá-la na terapêutica, comercializando-a como um medicamento controlado.

domingo, 6 de março de 2011

CARNAVAL - Lança Perfume

     Com o carnaval, há um aumento significativo do uso de substâncias inalantes, como o lança perfume:
 http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2011/02/apreensao-de-lanca-perfume-cresce-com-proximidade-do-carnaval.html
Sobre essas substâncias:
     Os solventes ou inalantes são substâncias que podem ser inaladas (introduzida através de aspiração) por nariz ou boca. Assim, como todo o solvente é uma substância altamente volátil, isto é, se evapora muito facilmente, estas substâncias podem ser facilmente inaladas. Outra característica dos solventes ou inalantes é que muitos deles são inflamáveis, ou seja, pegam fogo facilmente. No Brasil, há o chamado “Loló”, que é um preparado clandestino a base de uma mistura de éter e clorofórmio. Outro exemplo é o LANÇA PERFUME, cujo uso é amplamente difundido no carnaval; este é feito a base de cloreto de etila.
     Esta classe de drogas psicotrópicas causa efeitos tóxicos no cérebro, e como o inicio do efeito após a utilização é bastante rápido (segundos) e em poucos minutos já desaparecem, os usuários tendem a repetir as doses varias vezes a fim de ampliar o tempo de sensação. Quando inalados cronicamente podem causar lesão na medula óssea, nos rins, no fígado e nos nervos periféricos. 
     Os efeitos dos solventes vão desde uma estimulação inicial do sistema nervoso central, seguindo-se de uma depressão, sendo comum a ocorrência de processos alucinatórios. Por isso pessoas que usam solventes de forma crônica apresentam-se apáticas, tem dificuldade de concentração e déficit de memória.

     De acordo com o aparecimento dos efeitos após inalação de solventes, eles foram divididos em quatro fases:

  • Primeira fase: é a chamada fase de excitação e é a desejada, pois a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. Mas pode também aparecer náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas.
  • Segunda fase: a depressão do cérebro começa a predominar, com a pessoa ficando em confusão, desorientada, voz meio pastosa, visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez; a pessoa começa a ver ou ouvir coisas.
  • Terceira fase: a depressão se aprofunda com redução acentuada do alerta, incoordenação ocular (a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos objetos), incoordenação motora com marcha vacilante, a fala "engrolada", reflexos deprimidos; já pode ocorrer evidentes processos alucinatórios.
  • Quarta fase: depressão tardia, que pode chegar à inconsciência, queda da pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões ("ataques"). Esta fase ocorre com freqüência entre aqueles cheiradores que usam saco plástico e após um certo tempo já não conseguem afastá-lo do nariz e assim a intoxicação torna-se muito perigosa, podendo mesmo levar ao coma e morte.
REFERÊNCIA: http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/solventes_.htm